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Segunda Sem Carne do Brasil é a maior do mundo

Existente em mais de cem municípios e beneficiando mais de 3 milhões de pessoas, a campanha brasileira é a que apresenta maiores impactos do mundo

Existente em mais de cem municípios e beneficiando mais de 3 milhões de pessoas, a campanha brasileira é a que apresenta maiores impactos do mundo.

A Segunda Sem Carne surgiu em 2003 nos Estados Unidos e hoje já está presente em mais de 40 países, mas é no Brasil que ela tem gerado mais impacto recentemente.

Por aqui, a iniciativa foi lançada em 2009. De lá pra cá, a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), vem trabalhando para que a substituição da proteína animal pela proteína vegetal, pelo menos um dia por semana, seja implementada pelo poder público, diminuindo a demanda coletiva por produtos de origem animal e gerando benefícios para a saúde das pessoas, para o meio ambiente e para os animais.

Para alcançar esse objetivo, a SVB tem contado com parcerias importantes como a do ambientalista e deputado estadual Roberto Tripoli, da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, das Secretarias da Educação e de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo, entre outras. Juntos, os programas pouparam, neste ano de 2017, nada menos do que duas mil toneladas de carne.

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Nas escolas municipais de São Paulo, a introdução do cardápio vegetariano se iniciou gradualmente em 2011, passando por criteriosos testes de aceitação dos alunos. “A implementação da merenda vegetariana em uma rede de ensino ampla e complexa como a de São Paulo demonstra que esta experiência pode ser levada adiante em qualquer município brasileiro”, incentiva Alexandre Schneider, Secretário Municipal de Educação de São Paulo. Na rede municipal cerca de 1 milhão de alunos são beneficiados, poupando 436 mil Kg de carne ao longo de um ano. E o melhor: os alunos aprovam o cardápio.

Já na rede estadual de ensino de São Paulo, a Segunda Sem Carne virou realidade em 2017, alcançando a marca de 100 municípios participantes em agosto de 2017. No cardápio, feijoada vegetariana com feijão preto e legumes, além dos tradicionais arroz e couve como acompanhamento. “Além de incluir no cardápio, a Secretaria também está orientando as escolas e os próprios estudantes sobre os benefícios dos pratos alternativos. Tanto, que neste ano, o tema escolhido para a Semana de Alimentação Escolar é o consumo consciente de proteínas de origem animal e vegetarianismo. Palestras sobre os riscos de doenças cardiovasculares e diabetes, impacto ambiental decorrente da criação de animais para o consumo humano e a diminuição da emissão de gases do efeito estufa foram incluídas na programação, de acordo com o ciclo de ensino e região”, segundo a Secretaria de Educação do Estado de São Paulo. 

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A Segunda Sem Carne, porém, não se limita a ambientes escolares. Desde 2014, os restaurantes populares do programa Bom Prato também começaram a substituir a proteína animal pela proteína vegetal às segundas-feiras. “Essas refeições contribuem para uma melhor saúde dos usuários do Bom Prato, já que as proteínas vegetais – como soja, feijões e outros alimentos – são vantajosas para evitar diabetes, hipertensão, obesidade e doenças cardiovasculares”, explicou Floriano Pesaro, Secretário de Desenvolvimento Social do Estado de São Paulo. No ano de 2017, os mais de 4 mil usuários das unidades participantes deixaram de consumir 34 toneladas de carne, colaborando para a redução da pegada ecológica do governo, além de poupar vidas.

O ambientalista e deputado estadual Roberto Tripoli, que desde 2010 abraçou a campanha e tem promovido grande parte dessas conquistas, explica por que considera essa mudança importante. “É tempo de abrir os leques, mostrar novas opções de consumo responsável. A população, principalmente os jovens, devem ser informados sobre novas possibilidades de consumo e comportamento, inclusive na alimentação. O menor consumo de carne vem sendo recomendado não somente por questões envolvendo a saúde humana, mas o equilíbrio ambiental e pelos animais”, argumenta Tripoli.

SVB acredita que a substituição da proteína animal pela proteína vegetal será uma realidade cada vez mais frequente, seja em escolas, restaurantes populares ou no mercado e sociedade como um todo. “É o que acreditamos e promovemos, em benefício da saúde das pessoas, do meio ambiente e dos animais. É um caminho sem volta”, pontuou Monica Buava, coordenadora nacional da campanha Segunda Sem Carne.

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