No Brasil, campanha é divulgada pela Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB), incentivando uma alimentação balanceada e transformando a realidade de consumo.
O Programa Segunda Sem Carne (SSC), implantado no Brasil pela Sociedade Vegetariana Brasileira, comemora o recorde de 327 milhões de refeições vegetais servidas no Brasil, na última década. Apenas no primeiro semestre de 2019, mais de 40 milhões de pratos a base de vegetais foram servidos em território brasileiro. A iniciativa ajuda a promover uma alimentação balanceada na vida da população, contribuindo também com a redução de doenças provocadas pelo consumo de produtos de origem animal.
A Segunda Sem Carne surgiu em 2003, nos Estados Unidos, e hoje já está presente em mais de 40 países. No entanto, é no Brasil que ela tem gerado mais impacto. A campanha brasileira é considerada a maior do mundo e contempla mais de 100 municípios, com o apoio de instituições públicas e grandes empresas, beneficiando mais de três milhões de pessoas em todo o Brasil.
“A gente nem se dá conta. Mas, sim, a SSC está mudando a realidade do consumo de carne e derivados no país. Já perdemos as contas de quantas pessoas se tornaram vegetarianas dando seu primeiro passo nessa caminhada às segundas. Queremos contar com você, nos próximos 10 anos, para que possamos fazer com que mais pessoas a descubram novos sabores, mobilizando autoridades públicas como prefeituras a apresentarem essa alimentação rica aos cidadãos”, convida Mônica Buava, gerente de campanhas da SVB.
Elaborar políticas públicas que promovam a alimentação saudável da população pode ajudar a reduzir o número de doenças. Um estudo recente patrocinado pela Sainsburys, uma das maiores redes de supermercados do Reino Unido, mostrou que dietas não saudáveis são responsáveis por 11 milhões de mortes consideradas preveníveis no mundo, por ano. Para termos uma ideia, o número é maior do que as mortes causadas pelo fumo¹.
Além de favorecer a saúde, o SSC também reduz o impacto ambiental no planeta. De acordo com dados da SVB, apenas um dia sem consumir produtos de origem animal pode economizar 3,4 mil litros de água usados no cultivo de grãos e nos abatedouros, sete quilos de soja para ração, 24 metros quadrados de área plantada a evita que 14 quilos de gases tóxicos sejam lançados na atmosfera.
“A Segunda Sem Carne no Brasil é uma inspiração. É impressionante o número de refeições servidas para as crianças. Espero que esse trabalho perdure por muitos anos”, celebra Tobias Leenaert, ativista belga e autor do livro “Como Criar um Mundo Vegano”.
PARCERIAS DE SUCESSO
Os grandes resultados do programa foram possíveis graças a parcerias importantes com instituições públicas formadas pela rede de restaurantes populares Bom Prato, além das secretarias de ensino estaduais e municipais de São Paulo. Nas escolas municipais de São Paulo, a introdução do cardápio vegetariano se iniciou gradualmente em 2011, passando por criteriosos testes de aceitação dos alunos. Já na rede estadual de ensino de São Paulo, a mudança virou realidade em 2017, alcançando a marca de 100 municípios participantes em agosto do mesmo ano.
Já no setor privado, a novidade foi a adesão da empresa de cosméticos Natura. A iniciativa, anunciada em novembro (relembre aqui), foi a primeira do País em empresas de grande porte e deverá beneficiar mais de 4,5 mil colaboradores que atuam nas unidades de São Paulo e do Pará. Com a participação no projeto, a Natura ajudará a preservar anualmente cerca de 500 hectares de vegetação (o equivalente a dois Parques Ibirapuera, em São Paulo) e a economizar cinco milhões de litros de água (40 mil banhos, de 15 minutos).
A iniciativa também deverá evitar o consumo de 1,5 milhão de quilos de soja, para produção de ração animal, e reduzir a emissão de gases do efeito estufa em 1,5 milhão de quilos — o mesmo que retirar de circulação 330 mil carros ao longo de um ano. “Entendemos que todos precisamos fazer a nossa parte, dia a dia, para gerar impacto positivo a partir de escolhas mais conscientes”, analisa o diretor de Remuneração e Benefícios da Natura, Marcos Milazzo.
¹Food in the Anthropocene: the EAT–Lancet Commission on healthy diets from sustainable food systems (January 2019).
SOBRE A SOCIEDADE VEGETARIANA BRASILEIRA
Fundada em 2003, a Sociedade Vegetariana Brasileira (SVB) é uma organização sem fins lucrativos que promove a alimentação vegetariana como uma escolha ética, saudável, sustentável e socialmente justa. Por meio de campanhas, programas, convênios, eventos, pesquisa e ativismo, a SVB realiza conscientização sobre os benefícios do vegetarianismo e trabalha para aumentar o acesso da população a produtos e serviços vegetarianos. Para mais informações, acesse www.svb.org.br ou os nossos perfis no Instagram, Facebook e Youtube.